Toda vez que eu encontro uma pessoa
mais velha do que eu, sempre vem a pergunta...
Mas, como assim? Você existe??
Sim, eu existo!
Para algumas pessoas é difícil acreditar que nos
tempos de hoje ainda é possível ter um jovem
interessado em boa música.
E comigo foi assim, até o ano de 2006 eu não tinha
gosto musical formado. Até que um dia, uma tia minha
tinha pedido para baixar algumas músicas para
montar um CD para ela, até então tudo bem...
Eu fiz e fui ouvir, uma dessas músicas era "Bandolins"
de autoria de Oswaldo Montenegro e este foi o primeiro
contato com o trabalho do Menestrel. Eu achei aquilo
fantástico e não parava de ouvir sequer um minuto,
até que aqui em casa ninguém nem conseguia pensar
nessa música de tanto que eu ouvia e cantava.
Desde bem criança eu ouvia música dita "MPB", pois
minha mãe sempre ouvia Alceu Valença, Zé Ramalho,
Ney Matogrosso, Elba Ramalho, Fagner, Amelinha
e outros nordestinos muito conhecidos.
As vezes eu acordava pela manhã com Alceu
cantando Talismã, oras Cebola Cortada na voz
de Fagner, e do mestre Luiz Gonzaga que em minha
casa sempre esteve presente.
Então não foi algo espontâneo, simplesmente foi
amadurecendo e quando passei a ter o devido interesse
era bem desatualizado.
Eu tive fases musicais, claro que todos também as
tiveram/tem. Passei 3 anos na fanfarra do Senai da minha
cidade e amadureci musicalmente falando,consideravelmente,
entretanto o erudito não me atraia, eu queria mesmo o popular.
Passei na mesma época do Bandolins a querer tocar violão,
e fui arranhando uma coisa aqui e ali, sempre
via internet, a intenção era tocar Oswaldo, eu que mal
sabia fazer um acorde de lá maior, queria tocar
uma música que tinha 24 acordes. rs
Teve um tempo que eu fiz um mês de aula, mas desisti,
primeiro porque eu modestia à parte, sabia mais do que
o professor, por conta da minha formação erudita...
E outra, havia um boato que eu faria parte de uma banda
da igreja, detalhe... todos sabiam, menos eu. Conclusão,
tranquei a matrícula, isso há uns 3 anos e meio atrás e
decidi continuar por conta própria.
E como Drummond disse no seu poema...
"No meio do caminho tinha uma pedra,
Tinha uma pedra no meio do caminho..."
Enfrentei cada coisa, engoli cada sapo, mas dei
a volta por cima.
Até então, estava me formando no ensino fundamental,
e na época eu tava curtindo bastante Oswaldo e
Sandra de Sá. Eu tenho 4 DVD's do Montenegro, só
falta o último.
Quando eu ingressei no Médio, muita coisa mudou
e eu passei a gostar de outros intérpretes. Esse
1° ano foi de grande evolução e conhecimentos
adquiridos, conheci então o trabalho de
Fátima Guedes, Ivan Lins, Gilberto Gil, Zizi Possi,
Joyce, Leila Pinheiro, Chico Buarque, Gal Costa,
Flávio Venturini, Beto Guedes, Lô Borges,
Caetano Veloso e muitos mais.
Foi então que conheci Joyce, nossa meu mundo
virou do avesso com a voz daquela mulher,
com as letras que ela tinha. Clareana foi o 1°
contato que tive com sua obra e foi apenas
o início. Eu já tinha melhorado bastante
no violão e já tava tocando algumas coisinhas...
Mas foi no final desse 2008 que eu montei o primeiro
arranjo de Clareana, depois eu fui re-adaptando
até ficar do jeito que hoje está, muito parecido
com o original, mas nunca 100%.
Eis que eu tinha tanta admiração pelo trabalho da
Joyce que comprei um violão no mesmo estilo
do que ela usa. Um Silent Guitar, mais conhecido
como Vazado, que não possui a caixa de ressonância,
e só funciona com uma caixa acústica... rs
Já em 2009 eu estava muito melhor, já fazia acordes
com 13, b13, 7+, 7/9 e etc... e várias outras coisas
que eu considerava absurdas até então. Nesse mesmo
ano que comecei a rascunhar minhas primeiras
e frustadas músicas, que ficaram só no papel e
se perderam na minha bagunça, pois além de tudo
eu estava cursando o ensino técnico (ainda curso) e
tudo tava corrido, cansativo, foram inúmeras vezes
de passar em hospital e PS com problemas de saúde,
mas essa parte foi cuidada. Também em 2009 tive uma
das maiores perdas, minha avó, e foi então que resolvi
cuidar do meu lado religioso e com orgulho sigo
a religião que escolhi.
Nesse ano, eu já tava montando vários arranjos e já
conseguia identificar alguns sons apenas ouvindo,
grande avanço para quem mal sabia tocar um acorde
básico. E foi então que nasceu a paixão pela
música de Zizi Possi, eu já gostava, mas passei
a idolatrar. Imagino que das minhas 3 principais
inspirações, Zizi é a que deu mais força.
Hoje eu ando feliz da vida com várias coisas
que estão acontecendo, estou prestes a me formar
e continuar seguindo a minha estrada. Ando compondo
músicas, atrás de músicas e trabalhando sério,carregando
o meu violão e toda bagagem que eu puder, letras
e sons, acordes, sinfonias e disfonias, tudo
o que eu conseguir adquirir e usar para evoluir.
"E no som se pode viajar, e aproveitar, tudo que é bom!"
Isso foi um resumo da minha formação musical até então,
mas ainda terei vários capítulos para preencher. =)
Até Jazz!
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