segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Slow Music por Joyce.



Agora é Joyce Moreno,

Ela que consultou o Google para utilizar o nome de casada também na
carreira.

No novo álbum da cantora, compositora e instrumentista de primeira linha,
o tema central é o Amor, mas o amor visto por diversos ângulos, ela não
queria apenas cantar músicas daquelas que dão vontade de cortar os pulsos e
sim o questionamento, ciúme, o agri-doce, o claro-escuro.

Inspirada no movimento "Slow Food Manifesto" que diz que devido aos casos
e acasos dessa vida ingerimos muita Junk Food, ligou isso a música. Sempre
estamos escutando Junk Music que jogam em nossos ouvidos o dia todo, hoje
o comercial está mais em alta que qualidade.

Leia abaixo um trecho do texto que segue em anexo no encarte do CD:

"Agora vou falar sobre o projeto dos meus sonhos. Sonhei com ele pela primeira vez a 10 anos atrás, e ainda não tinha conseguido realizá-lo. Agora consegui.

Por onde começo? São tantas coisas a dizer sobre isso. Se eu disser que estou dedicando este álbum a Shirley Horn, Bill Evans e João Gilberto, isso talvez explique alguma coisa. É um álbum cheio de silêncios e pausas, e sobre o uso delas. A pausa é um momento importante da música. Sem silêncio, não existe som. Sem o claro-escuro, não se veem todas as nuances da cor. Sutileza gera sutileza.

Também posso dizer que desde que li o "Slow Food Manifesto", divulgado pelo italiano Carlo Petrini, ainda em 2000, me apaixonei pelo conceito e comecei a refletir sobre a similaridade entre música e comida. O mundo despeja junk music nos nossos ouvidos o tempo todo, à anos. Música é alimento para a alma. O maior condutor de emoções que se conhece. Vejam o que diz, entre outras coisas, o "Slow Food Manifesto":
“Somos escravos da velocidade e sucumbimos ao mesmo insidioso vírus: a Vida Rápida, que rompe com nossos hábitos, invade a privacidade de nossos lares e nos força a ingerir Fast Food.”
(alguma semelhança com a música que somos obrigados a ouvir todos os dias?)

Isso posto, vamos ao próximo item - as canções e eu. De minha parte, eu queria fazer uma longa reflexão sobre o amor. Não queria simplesmente cantar canções de amor desesperado, daquelas de cortar os pulsos, pelo contrário: queria canções que tivessem o agridoce, o claro-escuro, a dúvida, a ironia, o questionamento. Então a escolha se deu, antes de tudo, pela beleza das músicas, mas também levando em conta o quanto as letras teriam de leveza e reflexão sobre o sentimento mais antigo do mundo. Cantadas com muita calma.

Para isso era preciso deixar passar algum tempo. Não dá para se cantar canções assim quando se é mais jovem. Era preciso ter o distanciamento crítico do sentimento, a possibilidade de olhar para trás com compaixão e alguma sabedoria. A voz também precisava envelhecer um pouquinho, perder o polimento, ficar "crestada pela pátina do tempo", como Vinicius diria. Um pouco de areia na garganta e a compreensão das palavras. Essa era a ideia. Foi bom ter esperado esses 10 anos.

Também era preciso encontrar as parcerias certas. Durante todos os anos em que sonhei com este projeto, ele já teve vários formatos, do mínimo ao máximo. Muitos parceiros chegaram e partiram, grandes músicos que em algum momento quiseram ser parte desta ideia, mas a vida não deixou, por alguma razão. E chegamos ao formato de hoje. Essencial.

Tutty Moreno esteve comigo desde o primeiro minuto e acompanhou cada volta que o meu mundo deu, em busca desse sonho. Esse disco é dele também. Ninguém mais teria tocado com tanta precisão, sensibilidade e delicadeza. Com ele, a bateria é um instrumento harmônico. Hélio Alves foi fundamental. Um caso raro de pianista brasileiro e jazzista ao mesmo tempo, conhecedor de ambas as linguagens. Um solista brilhante. Jorge Helder, no baixo, trouxe a segurança e a firmeza necessárias para que juntos pudéssemos voar. É nosso quarteto fantástico.

Outras parcerias incluiram Gabriel Pinheiro, nosso engenheiro de som, ele também trazendo sensibilidade e amor ao projeto, e a querida Biscoito Fino, com Olivia e Kati mais uma vez ao nosso lado em mais esta viagem
."

Confira o repertório do disco:

01- Slow Music (Joyce Moreno/Robin Meloy Goldsby)
02- Amor,Amor (Sueli Costa/Cacaso)
03- Medo de Amar (Vinícius de Moraes)
04- Esta Tarde Vi Llover (Armando Manzanero)
05- Convince Me (Joyce Moreno/Robin MEloy Goldsby)
06- Nova Ilusão (Zé Menezes/Luis Bittencourt)
07- Samba do Grande Amor (Chico Buarque)
08- O Amor é Chama (Marcos Valle/Paulo Sergio Valle)
09- But Beautiful (J. Bruke/J. Van Heusen)
10- Olhos Negros (Johnny Alf/Ronaldo Bastos)
11- Sobras da Partilha (Joyce Moreno/Paulo Cesar Pinheiro)
12- Valsa do Pequeno Amor (Joyce Moreno)


Em breve mais novidades!
Até Jazz!

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