sexta-feira, 9 de julho de 2010

Vários Anos Sem o Poetinha


Vinícius de Moraes nos deixou há 30 anos.

E o mundo é mais triste depois
da sua partida. O grande parceiro de
Toquinho nos deixou em 1980.

Imortalizou centenas de clássicos
que hoje fazem parte do repertório
dos grandes nomes da música brasileira.

Podemos citar alguns como o tema do Brasil
no exterior, a incrível Garota de Ipanema,
Canto de Yemanjá, O Astronauta, Samba da Benção,
Tarde em Itapoã, Eu Sei Que Vou Te Amar, Primavera,
Canto de Ossanha.

Grandes composições nasceram junto a outro parceiro,
Baden Powell, Tom Jobim, Chico Buarque, Carlos Lyra,
Marília Medalha, Francis Hime, Haroldo Tapajós,
Edu Lobo e etc...

Há pouco tempo atrás tive o prazer de assistir a um
documentário produzido sobre a vida do grande Vinícius,
com participações de Mônica Salmaso, Olívia Byington,
Chico Buarque, Maria Bethânia cantando músicas suas,
além de muitos familiares contando sobre sua vida.

Vinícius de Moraes se destacou no teatro, televisão,
música e em vários outros tipos de linguagem
artística. A sua antologia poética até hoje
vem sendo cobrada nos vestibulares, por fazer
parte dos Modernistas das Gerações de 30,
45 e 60 junto de nomes como Oswald de Andrade,
Mário de Andrade, Raquel de Queiroz e mais
escritores da época.

De grande influência para as novas gerações,
Vinícius têm suas músicas aos 4 cantos do mundo,
e uma vida de grandes emoções e histórias
de tirar o fôlego de tão interessantes.

"Em 1956, montou a peça "Orfeu da Conceição", com cenário de Oscar Niemeyer e música de um jovem pianista que lhe foi apresentado por Lúcio Rangel, no Bar Gouveia, em frente à Academia Brasileira de Letras: Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim. A trilha sonora incluiu "Lamento no morro", "Se todos fossem iguais a você", "Um nome de mulher", "Mulher sempre mulher" e "Eu e você". As canções foram lançadas em disco por Roberto Paiva, Luiz Bonfá e Orquestra. Desse encontro, nasceria uma das mais fecundas parcerias da MPB, que marcaria definitivamente a música brasileira. A peça estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. No mesmo ano, o fox "Loura ou morena" foi gravado por Joel de Almeida." (Dicionário Cravo Albim)

Nomes como Elizete Cardoso e Joyce gravaram CD's em homenagem
ao poeta.





Compositor de centenas de sonetos, destaco este,
o qual eu acho o mais bonito.

SONETO DE SEPARAÇÃO

Vinícius de Morais

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(Antologia Poética)





Ao lado de Toquinho, podemos destacar o clássico:

Pela Luz dos Olhos Teus

Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai, que bom que isso é, meu Deus
Que frio que me dá
O encontro desse olhar

Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus
Só pra me provocar
Meu amor, juro por Deus
Me sinto incendiar

Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus
Já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus
Sem mais larirurá

Pela luz dos olhos teus
Eu acho, meu amor
E só se pode achar
Que a luz dos olhos meus
Precisa se casar






Já ao lado de Tom Jobim, temos:

A Felicidade

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade é uma coisa boa
E tão delicada também
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato dela sempre muito bem

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor




O que podemos dizer, é que Vinícius nos faz falta,
sua poesia nos faz falta, sua música nos faz falta...

Pra Sempre Vinícius!

Até Jazz!

Um comentário:

  1. Linda homenagem ao Grande Vinicius de Moraes,como diz nosso querido Oswaldo Montenegro
    "Tu que de tanto talento ,nasceste no plural".
    Como não se emocionar com os Sonetos,passar uma Tarde em Itapuã(amo!!!)...e outras maravilhas deixada de herança à nossa MPB.
    Valeu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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