domingo, 26 de setembro de 2010

Lady Jane, Eu Tive Um Sonho Estranho



Olivia Byington iniciou a sua carreira como vocalista no final da década de setenta na banda de rock Antena Coletiva, ao lado de Jacques Morelembaum. Foi, de imediato, considerada pelo crítico Sérgio Cabral como "a melhor cantora da sua geração".

O primeiro disco em nome próprio – "Corra o Risco" foi gravado em 1978 com a "Barca do Sol". No ano seguinte Olívia chegou aos tops da música mais tocada na rádio com o tema "Lady Jane".

O terceiro disco, gravado em Cuba a convite de Sílvio Rodriguez, veio ampliar-lhe os horizontes internacionais que aterram em Lisboa em 1994, depois de muitos discos muitos shows, muita música… Nessa altura, apresenta-se em concertos memoráveis no Teatro Maria Matos onde um público, na altura pouco conhecedor da sua obra, se rende à sua impressionante extensão vocal e ao seu canto, que de tão popular se torna impressionantemente sofisticado, que de tão erudito chega com facilidade ao coração de todos.

Foi tão grande a surpresa do público e da crítica que, no ano seguinte, Olívia se apresentava no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, tendo ainda vindo a Portugal para actuar na Expo 98, em Évora, Monsaraz, Aveiro, e, mais recentemente, à Aula Magna de Lisboa e Coliseu do Porto ao lado do grande Egberto Gismonti. Aliás, a cantora sempre se soube rodear de grandes artistas e é assim que cantou ao lado de grandes nomes como Tom Jobim, Chico Buarque, Edu Lobo, Djavan, Wagner Tiso, Radamés Gantali ou João Carlos Assis Brasil.



Ao longo de sua carreira, lançou os discos "Anjo vadio" (1980), "Identidad" (1981), "Para Viver um Grande Amor" (1983), "Música" (1984), "Encontro" (1984) (Troféu Chiquinha Gonzaga), "Melodia Sentimental" (1986), "Olivia Byington e João Carlos Assis Brasil" (1990) e "A Dama do Encantado" (1997), este último em homenagem a Aracy de Almeida. Em 2003, lançou "Canção do Amor Demais", em que regravou o antológico disco gravado em 1958 por Elizeth Cardoso com canções de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

Em 2005, um encontro com o poeta português Tiago Torres da Silva no Rio de Janeiro, fê-la regressar à composição de que sentia grandes saudades. Familiarizada com o violão desde os oito anos, foi com facilidade que Olívia pegou nas palavras de "Areias do Leblon" e trouxe para a canção a sensualidade, a poesia, a musicalidade das praias da orla carioca. A essa canção seguiram-se outras, muitas com palavras do escritor português, mas também com a de outros poetas como Geraldo Carneiro, Cacaso e Marcelo Pires. Estas canções tão autorais, acabaram por gerar o disco mais confessional da sua carreira, um disco onde Olívia se assume não só como a grande cantora que crítica e público seguem com atenção no Brasil, mas como uma compositora de mão cheia, capaz de criar canções harmonicamente ricas, com melodias extraordinariamente originais.



Por ser tão íntimo, Olívia quis rodear-se de amigos. Assim, convidou Leandro Braga para fazer uma parte dos arranjos musicais, mas também o português Pedro Jóia que a acompanhou nos temas "Clarão" e "Balada do Avesso", e muitos outros grandes músicos como Marco Pereira, João Lyra, Zero e Zé Canuto. Quis também partilhar o canto e, por isso, dividiu o microfone com Seu Jorge no tema "Na Ponta dos Pés" e com a grande Maria Bethânia no tema "Mãe Quelé" que homenageia Clementina de Jesus, cantora negra já falecida.

"Olívia Byington" – o disco – tem as mesmas características de "Olívia Byington" – a cantora. A extraordinária sofisticação de ambos – disco e cantora – torna esta música originalmente popular e deliciosamente erudita.

Agora um depoimento pessoal:

Olívia é um ser iluminado, sua voz tem uma afinação
que está além da música, com um repertório super requintado
indo de Assis Valente à Tom Jobim. Super simpática e educada,
instrumentista e compositora, mais um motivo para mim
a considerá-la tanto, eu simplesmente a admiro demais, pois
ela e seu trabalho também são bases do meu alicerce musical.
Voltou a compor depois de um bom tempo com o poeta português
Tiago Torres da Silva, que possui músicas consagradas
por nomes como Ney Matogrosso,Maria Bethânia,Mônica Salmaso,
Chico César e tantos outros ícones de referência para a música
brasileira.Também de uma simpatia inconfundível, me tratou
super bem e fez ainda o favor de avaliar duas letras minhas,
o que pra mim é gratificante, ter uma crítica construtiva
de uma pessoa com esse potencial poético. Há tempos eu estava tentando
compor uma música para a Olívia, e enfim terminei, e a enviei
para o Tiago lá em Lisboa, vamos ver no que vai dar. Achei
estranho não existir nenhuma música brasileira chamada
Olívia, depois eu posto pra vocês verem! Para mim é de grande
satisfação compor uma música em homenagem a alguém que admiro,
pois independente de saberem que essa letra existe ou não,
o que não faz a mínima diferença, já que estou compondo com
o coração, e sem nenhum intuito que vá além disso, compor simplesmente
por compor o que eu gostaria de dizer.Deixo para vocês alguns
vídeos da Olívia cantando, e que perfeição gente!

Abaixo, Olívia Byington e o poeta, escritor e letrista
português Tiago Torres da Silva.













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